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Mostrando postagens de setembro, 2014

O Fascismo e o Marxismo Cultural

www.padrepauloricardo.org Marx já havia identificado uma problemática cultural na alienação do proletariado, ao dizer que a religião é o ópio do povo. Isso foi analisado de forma mais sistemática por Antonio Gramsci, que vivenciou toda a crise teórica do comunismo após a I Guerra. Esta crise do marxismo gerou 2 filhos: o fascismo e o marxismo cultural , cada um deles com uma proposta bastante clara para chegar aos seus objetivos de dominação. O fascismo, que também é um filho bastardo do comunismo , foi o caminho encontrado por Mussolini e Hitler para implantar a revolução em suas nações.  Ambos queriam a mesma coisa que Lênin e Stálin, ou seja, uma sociedade sem mercado livre, “justa”, com “igualdade” e um estado forte, obtido através de uma ditadura totalitária.  Achavam que a ideologia de classe não era um chamariz atraente o suficiente para fomentar a revolução marxista. Hitler e Mussolini perceberam, na I Guerra, um sentimento patriótico que levou o povo a lutar,...

Teologia da Libertação e Marxismo Cultural

www.padrepauloricardo.org Visão Hostórica Em 1989, houve um acontecimento que mudou a história recente da humanidade: a queda do muro de Berlim. O que aconteceu, na prática, foi o suposto desaparecimento do comunismo real diante daquilo que parecia uma vitória do capitalismo ou uma vitória de dois homens específicos: o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, anticomunista ferrenho, e o papa João Paulo II, vítima do comunismo na Polônia. Dois anos antes da queda do muro de Berlim, em 1987, Ronald Reagan, diante do portão de Brandemburgo, em Berlim, falando a respeito do secretário geral do partido comunista Mikhail Gorbachev, pediu aquilo que todos os homens de boa vontade do Ocidente desejavam: "Mr. Gorbachev, open this gate. Mr. Gorbachev, tear down this wall!"  [1] . Então, em 1989, diante da queda do muro, o capitalismo, os valores do ocidente e o Papa João Paulo II pareciam ter triunfado. Porém, na ocasião da viagem de João Paulo II a Cuba, um jornalista perguntou a Fide...

A linguagem da fecundidade

www.padrepauloricardo.org O sexto e último ciclo de catequeses do Papa João Paulo II a respeito da Teologia do Corpo consiste na reflexão sobre a fecundidade do matrimônio. A Encíclica  Humanae Vitae  sobre a regulação da natalidade, escrita pelo Papa Paulo VI e publicada em 1968, não foi bem acolhida, mesmo sendo um precioso dom de Deus. A mentalidade do mundo naquela época estava voltada para a contracepção, pois havia em andamento uma revolução sexual. A partir daquela revolução foram confrontadas duas visões da sexualidade: uma concebida pelo Criador e pelo direito natural, e outra que surge de uma invenção humana. O Papa Paulo VI insistiu sobremaneira na união entre o caráter procriativo e o unitivo do ato sexual. Para ele, a abertura para a fecundidade é o que permite que a união entre o casal aconteça realmente, pois não há um rompimento com verdade do ato conjugal. Na aula anterior, vimos que o corpo possui uma linguagem e a do ato é justamente a de querer ent...

Amar é tudo dar

www.padrepauloricardo.org O conteúdo do quinto ciclo de catequeses de São João Paulo a respeito da Teologia do Corpo é bastante denso e aborda a sacramentalidade do Matrimônio. A chave de leitura utilizada pelo Papa é a do  personalismo , mas isso não significa que ele tenha rejeitado a tomista; ele apenas optou por uma que fosse mais fácil para o homem moderno compreender. O personalismo é uma filosofia que enfatiza sobretudo a questão da relacionalidade. Portanto, dentro da perspectiva personalista, o corpo humano é apresentado por São João Paulo como um dom. Monsenhor Pascal Ide, especialista em Teologia do Corpo, escreveu a obra  “Dans il Theologie du Corp” , em que afirma que se fosse possível resumir a apresentação de João Paulo II em uma frase, esta seria: o dom é a verdade essencial do corpo. Tal perspectiva não é nova, ela remete ao triângulo de São João da Cruz demonstrado na aula passada: o ser humano é dom porque dom é amor e amor é dom. De forma sintéti...

O sacramento primordial

Por www.padrepauloricardo.org O quinto ciclo de catequeses de São João Paulo é essencial para a Teologia do Corpo porque aborda justamente o sacramento do Matrimônio cristão. Muitos estranharam o fato de que a questão do celibato tenha vindo primeiro. É simples: a doação de si mesmo por amor ao reino dos Céus, sinaliza que a humanidade tem por finalidade um outro casamento, o qual será vivido na eternidade: o casamento entre Cristo e a Igreja, que o Livro do Apocalipse chama de “as núpcias do Cordeiro”. Todavia, o matrimônio não é entendido como sendo um sacramento por todos. A denominação luterana, por exemplo, alega que, como os sacramentos são sinais instituídos por Nosso Senhor Jesus, o matrimônio não se encaixaria neles pelo simples fato de existir antes da Encarnação, ou seja, não foi instituído por Cristo. Os católicos, porém, crêem que o matrimônio natural (de fato, anterior ao advento do Senhor) foi elevado por Deus à condição de sacramento. São João Paulo escolheu como...

O matrimônio eterno de Deus com a humanidade

Fonte - www.padrepauloricardo.org São João Paulo II, de modo inovador, compara a exposição dos três primeiros ciclos de catequese da Teologia do Corpo a um tríptico[01]. Nesta analogia, o primeiro painel traz a seguinte frase de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Mas não foi assim desde o princípio” (Mt 19,3). O segundo mostra o homem depois do cometimento do pecado original. “Todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração.” (Mt 5, 27-28). Finalmente o terceiro e mais importante quadro, fala sobre a finalidade do homem. Partindo da controvérsia de Jesus com os saduceus em Marcos, capítulo 12, extrai a seguinte frase: “Acaso não estais errados, porque não compreendeis as Escrituras e nem o Poder de Deus?”. O tríptico, portanto, apresenta o homem antes do pecado, durante o estado de pecado e, finalmente, como se tornará depois da ressurreição. Para se definir algo, a melhor maneira é apresentar a sua finalidade. Pois bem, ...

Cristo apela ao coração humano

www.padrepauloricardo.org No segundo ciclo de catequeses sobre a Teologia do Corpo, São João Paulo II fala sobre o projeto da redenção para a sexualidade humana. Enquanto o primeiro ciclo estava voltado para a Criação, o segundo olha mais atentamente para a Redenção. Como ponto de partida para sua reflexão, o Papa recorre às palavras de Jesus: “Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Ora, eu vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mt 5, 27-28). Com isso, Jesus traz um novo conceito de adultério. Não se trata mais, como no Antigo Testamento, de simplesmente deitar-se com a mulher do próximo. Agora, um novo ethos é posto, é instituída a ética do coração: não basta não praticar o ato externo pecaminoso; é preciso amar, verdadeiramente. Antes de entender como a sexualidade humana é redimida, é preciso olhar como está o coração do homem após o pecado original. No diálogo entre a serpente e a mu...

As experiências originais do ser humano

Fonte - www.padrepauloricardo.org O grande legado do Papa João Paulo II foi a sua “Teologia do Corpo”, dividida ao todo em seis grandes ciclos de Catequeses. O primeiro vai até a 23ª e recebeu o título de “No princípio”. Conforme visto na aula anterior, a frase basilar do primeiro ciclo foi: “Disse Jesus: “No princípio não era assim” (Mt 19,3 e Mc 10,2). Ora, se a realidade atual do sexo entre homem e mulher não é do jeito que Deus pensou no início, como era então? Para responder essa indagação, Papa João Paulo II parte da análise do relacionamento entre homem e mulher antes do pecado original. Iniciando as reflexões, apresenta no primeiro ciclo três pontos fundamentais: a solidão originária, a comunhão originária e a nudez originária, que são chamadas por ele de “experiências originais do ser humano”, ou seja, estavam no início e hoje não estão ou se apresentam de maneira deformada. Christopher West diz: João Paulo lança um olhar animador sobre as estórias da criação. (...) E...