Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Rara Flor

Eis porque a tristeza também passa:  a novidade em nós, o acréscimo, entrou em nosso coração,  penetrou no seu mais íntimo recanto.  Nem está mais lá - já passou para o sangue.  Não sabemos o que houve.  Rainer Maria Rilke Se antes eu escrevia do vazio, agora veio o cheio que eu nunca desejei, mas sempre quis. O motivo pelo qual eu ansiei, chegou, trazendo de brinde a transformação inevitável. Com toda a dor e um pouco de sofrimento liberado no perdão e na paz há muito acalentada. Meu coração é grande, é verdade. Cabe nele mais esse deserto. Nascerá, a tempo, rara flor. Eu praguejei a estagnação. Ela passou. E não praguejo mais nada. Vou sentindo o buraco no meu peito por onde entra amor e mais amor e expande a minha força de sempre superar o medo do escuro.  Mas a verdadeira dor é a do apego. Apego ao que é passado e nunca passou em mim. Isso a que me agarro, e que está morrendo bem agora. Estou vivenciando mais uma morte......

Não quero mais andar na contramão

Por Paula Beckher O título é de Raul Seixas e a imagem é de um selo Português que homenageia o poeta Fernando Pessoa . Antes, eu escrevia para desabafar, por rebeldia e para sonhar. Desde sempre escrever me serviu muito – a serventia, no entanto, sempre me foi um mistério. Toda santa vez que eu quis colocar o uso da escrita a favor de meus interesses imediatos, ela falhou. Deus está querendo me ensinar a ter visão, não é de hoje. Até que enfim chegou o dia em que consegui tirar a trave do meu olho. E eu cega estava tentando fazer todo mundo ver. Ver o que? Ver que eu também não via. Hoje escrevo para agradecer. Era para ver o que eu não preciso de olho são para reconhecer, ver o essencial, o que vibra dentro do coração de cada ser que vive, nasce, cresce e morre. Mas isso não é de ver, veja bem, é de sentir! Antes do ver, vem o sentir. Eu não via por estar muito ocupada para conseguir sentir o que eu estava sentindo, ocupada em pensar e racionalizar, porque se...

“You can see now? Yes, I can see now”

Título e Imagem retirados do filme “City Lights”, de Charles Chaplin Por Paula Beckher O diálogo melhor é sempre o da gratidão, cara madrugada. E é engraçado como só para ti é que sei falar. Só para o vazio. É só eu parar para escrever sobre algo, que o tudo me toma e fico de nada. E é página em branco e nada feito. Por exemplo, estava decidida a escrever sobre a alegria, essa emoção suave e contagiante, que de tão leve passa facilmente despercebida, mas cuja ausência se apresenta como um estado quase que impossível de tolerar. O que somos nós sem a nossa alegria? Eu não sou nada sem a minha, pois a alegria é mais que uma emoção: ela é um jeito de estar no mundo, um estilo de vida, uma atitude. E não é que eu não tenha suficientes motivos para substituí-la por seu par complementar, a sua alma-gêmea, aquela sem a qual a alegria não vive. Você já sabe quem é... Isso mesmo: a tristeza! Julgamos estar tristes quando estamos acabrunhados, desanimados, entediados, magoa...