Por Jen Settle
Você se
lembra do Dia dos Namorados na escola, quando nós decorávamos uma caixinha de “Correio
Elegante” para ficar sobre a nossa carteira? Poderia ser aquele o melhor dos
dias, ou o pior. Talvez a nossa caixinha se encheria de balas e um pequeno cartão
do nosso crush secreto seria ali
colocado! Ou talvez aquele crush passaria
reto naquela caixinha decorada (que secretamente simbolizava nosso coração vulnerável)
ou AINDA pior – ele deixaria ali um cartão em que se lia “Feliz dia de São
Valentim, amiga!”. Ah, a humanidade!
Como o amor
pode nos levar às alturas do céu? E como a ausência de amor abre uma dor tão
grande em nosso coração, que a gente pensa que nada poderá preenchê-lo? Talvez,
apenas talvez, tudo isso nos esteja informando que nós fomos feitos para algo
maior do que para o amor terreno...
“Se o
Senhor não irá satisfazer esse meu desejo, porque Tu o destes a mim? Eu prefereria não o ter.”
Foi no
meio dessa minha luta com o Senhor, que eu ouvi, pela primeira vez, falar da
Teologia do Corpo. Através da Teologia do Corpo, eu aprendi que o meu desejo de
amar um marido e de ser mãe era não somente algo que Deus criou em mim, mas que
tal desejo era também algo ao qual Ele tinha a intenção de satisfazer. Eu
queria satisfazer o sentido do meu ser e da minha existência, mas ainda não
estava certa de como fazê-lo como uma pessoa solteira. Quando eu rezava, perguntava
ao Senhor estas duas coisas:
“Como
posso expressar amor e ser um dom, sendo solteira?” O que o
Senhor me ajudou a entender foi que eu expresso amor na minha família, nas
amizades, no trabalho... Toda vez em que estou presente para aqueles que estão
ao meu redor, para ouvir, aconselhar, compartilhar suas alegrias e tristezas,
quando os sirvo e rezo por eles, eu estou expressando amor e sendo para eles um
dom.
“É
possível ter plenitude sendo solteira?” Sim! Mesmo que eu intensamente sentisse o oposto,
eu não estava vivendo a minha vida de forma parcial, ao ser solteira. Todas as
vezes em que eu me dava, com amor, eu realizava aquilo para o qual eu tinha
sido criada – para amar e produzir vida por meio desse amor. Eu fui criada para
o amor, pelo amor, para amar – independentemente de ser solteira, celibatária
ou casada.
Muito
gentilmente, o Senhor também me mostrava como eu havia criado ídolos sobre o que
seria o casamento e os filhos. Ele me mostrava como eu estava ávida por um
marido. Eu esperava que os homens satisfizessem a ânsia do meu coração, mas eu
não conseguia enxergar muito bem tal homem, que havia sido criado por Deus com
o coração especialmente inclinado para tal vocação. Eu estava muito ocupada
pensando se ele seria ou não o homem certo para ser o meu marido. E, com isso, não me ocupei com a parte em que
eu participaria na vida desses homens, pois eu os via apenas como um meio para
me sentir completa. E eles também pularam a parte em que me veriam como uma irmã
e amiga! O meu desejo de amar outra pessoa era genuino, mas eu tinha colocado o
amor humano acima do amor divino para o qual eu havia sido criada... para o
qual TODOS fomos criados.
O amor ao qual todos somos chamados a experienciar é a comunhão com Cristo. Todos somos chamados a testemunhar a verdade e a beleza do amor de Deus por nós – em nossas famílias, junto de nossos amigos, em nosso trabalho. Somos todos chamados a ser um dom.
Quando
fazemos isso, em nossas comunidades, nossas paróquias, nosso trabalho, nossas
famílias e em nosso mundo, estamos realizando o sentido de nossa existência. O anseio sempre estará lá, mas há a GRAÇA, pois
ela nos lembra de que a nossa plena satisfação será unicamente encontrada no
céu, quando estaremos em completa comunhão com Deus. Que nós possamos dar
apoio, encorajar, amar e rezar uns pelos outros, enquanto nos aproximamos – independente
de qual seja o nosso estado de vida - do
amor de Cristo – um amor que continuamente nos pergunta: “Você será meu (minha)?”.
Tradução:
Paula Beckher – www.paulabeckher.blogspot.com /
www.facebook.com/paulabeckher
JEN SETTLE entrou para o Instituto de Teologia do Corpo em 2008, e se
tornou Diretora de Programas de Intercâmbio, Certificação e Programas de Enriquecimento
Clerical em 2011. Ela tem experiência em ministério e educação, e trabalho em
educação religiosa e formação da fé do adulto por 15 anos no estado americano
de Iowa. (www.tobinstitue.org)
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